terça-feira, 8 de abril de 2008

ASSOBIO

Assobio

Ainda porem,
quando o sonho despido da minha memória erma
deita o chumbo no meu estado anímico,
o vento assobia as doces melodias
da primavera têpeda e encarnada dos teus beiços.

Deito-me e sinto-as,
recendo de morodo orvalhado primeiro,
salgado e de bravura atlântica logo,
que se esfacha descarado no meu peito
espetando-o como um chuço enferrujado.

As penas apodrecem
demoucadas no souto do coraçom
e a invernia cega gea o zume cardíaco,
morre o dia assobiando,
esvarando aos poucos pola noite pecha.

daFrieira 08 de abril de 2008

1 comentário:

tangaranho disse...

hum...bonito poema...lembra a quando o mel cristalizado destila horas condensadas numha caverna de lençois....