terça-feira, 14 de abril de 2009

35 rosas

35 rosas

Na lacena da vingança culinária,
termei dumha pota olhando ás Cies,
rosmei pola ética caduca
herdeira de meigas falsas.

Folhas esmorecidas,
sementes de espinhas afiadas,
pólvora de arrecendo inoloro
fusiladas em parede de tebras.

Darei-che de comer,
alimentar-te hei,
de rosas vermelhas,
tantas como coiteladas.

Porém, cortesia e protocolo;
aninha a sede relambida
em pratos, cubertos e copas,
em candeias innecesárias.

Um vinho de bágoas rúbias,
encarnadas como 35 rosas,
35 pinguelas que ainda sangram
da ferida já acoiraçada.

Miscelánea de sabores,
cumprido fim que cheira doce,
acedo de coraçom amofado,
amargo de ilusões enterradas.

Enchenta de 35 rosas,
reducidas á rosa ausente,
para serem 36 saloucos
e fartura de dentes cravunhados.

Bom proveito cozinheiro!

Umha rosa nom é rosa
se nom é correspondida,
é cravo enferrujado no coraçom.

daFrieira, 14 abril 2009

1 comentário:

Xosé Manuel Fdez disse...

Boas!

Boa adaptación poética a unha anécdota que deu que falar...
Parabéns!!

Xosé Manuel