terça-feira, 14 de abril de 2009

35 rosas

35 rosas

Na lacena da vingança culinária,
termei dumha pota olhando ás Cies,
rosmei pola ética caduca
herdeira de meigas falsas.

Folhas esmorecidas,
sementes de espinhas afiadas,
pólvora de arrecendo inoloro
fusiladas em parede de tebras.

Darei-che de comer,
alimentar-te hei,
de rosas vermelhas,
tantas como coiteladas.

Porém, cortesia e protocolo;
aninha a sede relambida
em pratos, cubertos e copas,
em candeias innecesárias.

Um vinho de bágoas rúbias,
encarnadas como 35 rosas,
35 pinguelas que ainda sangram
da ferida já acoiraçada.

Miscelánea de sabores,
cumprido fim que cheira doce,
acedo de coraçom amofado,
amargo de ilusões enterradas.

Enchenta de 35 rosas,
reducidas á rosa ausente,
para serem 36 saloucos
e fartura de dentes cravunhados.

Bom proveito cozinheiro!

Umha rosa nom é rosa
se nom é correspondida,
é cravo enferrujado no coraçom.

daFrieira, 14 abril 2009

terça-feira, 8 de abril de 2008

ASSOBIO

Assobio

Ainda porem,
quando o sonho despido da minha memória erma
deita o chumbo no meu estado anímico,
o vento assobia as doces melodias
da primavera têpeda e encarnada dos teus beiços.

Deito-me e sinto-as,
recendo de morodo orvalhado primeiro,
salgado e de bravura atlântica logo,
que se esfacha descarado no meu peito
espetando-o como um chuço enferrujado.

As penas apodrecem
demoucadas no souto do coraçom
e a invernia cega gea o zume cardíaco,
morre o dia assobiando,
esvarando aos poucos pola noite pecha.

daFrieira 08 de abril de 2008

terça-feira, 1 de abril de 2008

4QPODEMOS, moda primavera-verao

Umha nova arrincadeira!!

Deamos-lhe a bemvida ao novo costureiro da rede http://4qpodemos.blogspot.com), um espaço arroutado e comum de juntoiro literário de quatro costureiros e umha palilheira que se lhe arrima com as agulhas aguçadas e com a melhor lá de ovelha retranqueira galego-universal. Adiante pois ao "glamour" das criações de "4QPODEMOS" nesta passarela blogueira.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Hoje tecemos pola SEARA courelá.

A minha pátria, a minha infância.
De quando a Pátria nom manca nem exclue a ninguém.
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Foto 1. A Seara olhada dende os pastizais d'Agolada. De como a natureza tece de verde o lenço da terra. De como se olham ao longe as ilhas de lousa.

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Foto 2. O rio Selmo e o seu primeiro moinho na Seara. De como a auga mudava em farinha.

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Foto 3. Na Seara, vada no rio Selmo para cruzar do lugar da Carreira ao Pácio. De como um rio nunca divide nem afasta, mas é cremalheira húmida onde se bicam as duas beiras.

SAÚDE, SEARA, AGULHAS E LÁ!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

QUATRO QUE PODEM E DUAS QUE SE LHE ARRIMAM.
Pegadas fotográficas do entruido.

Compadres e comadres, vam aló alguns anos de "quatro que podem e um/umha que se lhe arrima", porem este entruido 2008 pariu-nos outra vaca no milho, e ja nom se nos arrimou um/umha, senom duas (que nom vacas, Deus mo perdoe!), dous novelos da melhor das Terras de Navea para TECERMOS quatro dias de entruido ourensam.



O'Choped com a sua característica cachimba de mestura de picadura de castinheiro com carqueija, prontes a contar umha das suas batalhinhas de quando era activista dos "jovenes castores" e percorria os parvulários do país conscienciando aos cativos do perigoso que representava ter um curmão que soubese mais que um de temas de cámbio climâtico. Repa-rade no "causo" que lhe fai a pequecha, com as mãos no peto, a olhada fitando em divergência com o narrador... isto é-vos a trâgica fenda geracional. Por certo o "guersei" da meninha, da melhor .


Nom vos perdades a estrea de "Os entruidos ao sol", prota-agonizada pola companhia "Quatro que podem e duas que se lhe arrimam" (estades pensando que falta umha? pois nom, a que falta é a que quita a foto, que vem sendo a rapariga do "guersei" de da foto anterior). Esta instantânea (como o Paladim à taça) quitou-se antes que a anterior. Agora ja sabedes cara onde fitava a nina do "guersei" de ; olhava para os outros tres, que botaram a correr ao verem que O'Choped remegia na sua picadura para carregar a pipa e deseguido, pretender narrar umha das suas batalhinhas.


Porem, nom tardou em atopar umha alma gemelga que aturasse as pedriáticas anédotas ecológicas do Choped. Chegou daquela O'Farinha, um narrador das Terras do Lérez, com a mesma fachenda de conta-contos ocasional de ETT e vernizado com a fasquia marinheira dum lobo de mar em paro biológico. Sem pipa, mas nom foi problema, a do Choped abondava para os dous, chucharom ambos os dous do mesmo biquelo e aturarom-se mentres a literatura somnífera das suas lérias nom fijo justiça. Bem se pode ver que ao Choped nom lhe quedavam muitos folgos para resistir outro conto mais. Pola contra, O'Farinha, com a pipa cheia até rebordar de picadura de folha de eucalipto, ainda TECEU algumha história salgada mais do Mar do Norte.


Ja mergulhados na tarefa diária de interaccionar com os nativos do lugar, batemos dum pequecho chamado a ser a reencarnaçom do que inventou a retranca em estado puro (nom é o da chaquetinha negra, que a chaquetinha nom tem culpa, e el tampouco de ser pequeno, que nom o é, só é um home de "movilidade reduzida"...que Deus me perdoe e el nom mo tenha em conta, umha aperta, Frebas!). Do potencial que falava é o que aparece no méio da foto com o casco marelo e a pose de galam cinematográfico. Umha aperta Dieguinho, e gracinhas por nos fazer de cicerone dessa Oimbra que tam bem nos prestou a todos.



E ainda que todo semelhe feiras e bom vinho, tamem houvo momentos para renegar da mala sorte, como o dia que o carro pinchou umha roda. Afortunadamente tinhamos dous gatos para poder cambiar a roda; o do carro e o que atopamos na beirarrua... cuido que os da beirarrua po-nos o concelho para que a gente se sirva deles. Nom hai prova gráfica do segundo gato... RIP. Alerta ao poder da psique aplicada à mecánica. Pouca gente no mundo é quem do fazer. Neste momento o rapaz de "España Directo" dispom-se a cambiar a roda com o poder da mente... concentraçom máxima. O'Farinha ja comunicara telepáticamente com o serviço de ajuda na estrada por se for necessário a sua presença. As azafatas de Navea sem perderem o sorriso televisivo, prontes por se houvesse algumha chamada de aludidos.


A paciência tem um límite e o problema da invadir pode ter consequências dramáticas. Ainda que a todos nos preste um conto a carom dumha lareira numha noite de invernia, chega o momento que a sobredose de batalhinhas aguilhoa a tolémia do animal que levamos dentro e confunde-se a realidade com o subconsciente licantrópico.


Por sorte estavamos os demais para reencaminhar a crise polo vieiro da cordura. Dixemos-lhe ao lobby's-home que tentara convencer ao contacontos para que mirasse se o carro era macho ou fémia... e assi foi, o narrador reincidente pujo-se baixo do carro e foi quando... foi quando nos decatamos que o carro pinchara e nom se puido perpetrar o plan do atropelo. Neno, outro ano disfarças-te de Farruquito e... AGULHAS E LÁ!

Um saúdo carinhoso a todos/as os/as aludidos/as nestas devantidas linhas.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008



Saúde, entruido, agulhas e lá!



Outro entruido mais e outro ano menos, ou... é outro entruido menos e um ano mais? tanto tem, o salientável é o poder de atracçom centrípeto que o triângulo ourensam e demais terras quentes do lugar, exercem no espelido lévedo neuronal que debece pola troula, agochado acolá, no córtex humano, interpretando o entorno que nos rodeia e fazendo por se entender um mesmo.


Isto nom vos tem jeito nemhum, ou te-no todinho, é-vos o devir autodeterminado do subconsciente. Encarautados, trás dumha farsa faciana que deroga o incómodo convencionalismo, abrolha polos poros das ánimas entruideiras um proído telúrico de conseqüências inusitadas.

Destilado do pouso da estadia duns dias por Laça, Verim, Ginço de Límia, Vilarinho de Conso, Oimbra, Tamicelas, Celavente, e de tantos outros epicentros desse arrouto bravo chamado entruido, que ainda nom sementarom no imaginário de quem isto escreve.

aburinho, meus!


O' TECEDALHO nasce para morrer algum dia... nada novo, como todo neste mundo.

Feita logo, a declaraçom de intenções, a apresentaçom pessoal podemo-la obviar, é-nos irrelevante.

Se nascidos estamos e cara o óbito imos esvarando passeninho, aproveitarei este pequerrecho impasse vital, para ir TECENDO trapalhadas e lérias várias, que pola minha cabeçalha apousem pretensões de sairem do anonimato dum simples pensamento etéreo.

Ja que logo, SAUDE, AGULHAS, LÁ e adiante com O' TECEDALHO.